domingo, 13 de dezembro de 2009

Os pardais voam sem cessar pelo meio da nuvem das dúvidas

Acendeu-se uma luz à minha frente. Sinto-me até um pouco perturbado.
Estava aqui a passear na internet sem grande coisa em mente. Fui vendo uns blogs e umas coisas assim. Apercebi-me que, grande percentagem das pessoas que têm um blog, o usam com o intuito de expelir os seus mais pesados sentimentos do corpo. Uma espécie de Diário dos novos tempos. Um sitio onde se pode falar sem receios porque estamos em privado (exceptuando claro, os milhões de utilizadores da internet). Não faz, portanto, grande sentido ter um diário privado... que é público. Faz!
Há a crescente necessidade de mostrar o pseudo-intelectual de cada um. Marcar pelo exorcismo do conformismo. Fazer as pessoas saber que somos altamente. Para isso escrevem-se desinspirações momentâneas , à espera de reconhecimento e comentários inteligentes. Ninguém sabe do que se está a falar. O importante é não o admitir. Por exemplo:




06/06/06
"O melão agita-se com vento do tempo"

Ontem tentei pôr fim à vida de um pensamento e acabei vidrado no chão gratinado.
Refutei-me conscientemente e assumi o erro: a vida não é uma pipoca!






- comentários -


andy_morrisson diz:
Nem mais, meu caro!


esdruxula92 diz:
Estava sentada na esplanada da brasileira a escrever e pareceu-me ter-te visto. Como tens andado? Sinto imensa falta dos tempos do chá e afins. Comunica.


fuhrer_is_dead diz:
São 4h45 desde o inicio do sol nascentemente descendente. A espera está prestes a terminar.









Provavelmente fala-se de caroços de tangerina ou do facto da tmn ter mandado uma mensagem para toda a gente a falar de 10mb de plafond diario de internet. O importante é manter elevado nivel de reflecção.
Todo este assunto me deixou a pensar. Eu só de merda, cócó e papel higiénico é que falo de maneira concreta. Todo o resto, são desafios à boa-vontade, do bom senso. Que moral tenho eu para criticar o resto do mundo?
Devia era estar no meu canto sem chatear ninguém. Deixar de ser parvalhão. As estrelas não são só chicletes coladas num tecto negro. Da mesma maneira que os peixes não se apanham com imans. Tudo o que sei é que o centro de gravidade de um pequeno pelo castanho obedece também às leis da gravidade. Não vale a pena perder tempo em estalar a cortiça porque o balão persegue sempre o pólo norte.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O grande problema da solidão

A grande agravante de não estar a dar nada de jeito na televisão é que fazemos escolhas estupidas. No meu caso, parece que sou perseguido pelo curling. Para quem não sabe o curling é um desporto que consiste em atirar pedras (especiais de Escócia) pelo gelo, com o objectivo de acertar numa tabela com pontos. Até aqui nada de especial. Pode ser encarado como uma versão winter olympics do jogo da malha. Contudo enquanto a pedra derrapa no gelo, dois homens, munidos de vassouras, esfregam o gelo imediatamente à frente do pedregulho para controlar a sua direcção e velocidade. Ou seja, tem tudo para ser um falhanço redondo (da forma da pedra), mas não o é. Eu gosto!
O problema é que o curling só aparece quando não está a dar nada mais na televisão. Por isso, e em prol de uma investigação muito seria, pedia aos senhores da eurosport que passassem curling ao mesmo tempo que o discovery channel passa um episodio de top gear. É a unica maneira que eu tenho de descobrir se o curling não é só uma paragem cerebral minha quando estou aborrecido.
É curioso porque nunca me lembro de fazer nada produtivo. Nunca me lembro de plantar uma árvore, ou escrever canções de amor. Mas acho que ninguem o faz quando está a morrer de tédio. Ninguem realmente se mexe para fazer seja o que for. Ainda por cima com o frio que está, não lembra ao diabo ir esticar a roupa.
Para terminar gostava só de acrescentar que todos os factos relacionados com curling são verdadeiros e não foram pesquisados à pressa da wikipédia. A situação já está tão grave que conheço o desporto de gingeira. Aproveito também para dizer que nem sequer me vou dar ao trabalho de corrigir a ortografia.